segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Bem me quer, Mal me quer. (Parte 01)

A ditadura do medo

Sabe aquela brincadeira que as meninas costumavam fazer com uma margarida, retirando petala por petala, só para saber se eram ou não amadas pelo principe encantado? 

Quantas vezes nós brincamos de Bem me quer Mal me quer com Deus? Isso se deve muito a imagem que temos d'Ele, uma imagem distorcida construida pelo cristianismo. Não são raras as vezes em que ouvimos frases como: Temos de agradar a Deus(...), fazer a vontade d'Ele (...), num sentido de que essas coisas é o que nos garante a paz e a benignidade d'Ele para conosco. Basicamente é isso que nos é ensinado e passado todos os dias, quando se fala de relacionamento com Deus.

O fato é que vivemos na ditadura do medo de Deus, muitos lideres parecem se apoderar bem dessa tecnica, e implantam em suas ovelhas essa ideia absurda de que precisamos agradar a Deus para que a Sua ira não se volte contra nós. Um passo em falso e pronto, lá está o Deus de Jacó com o chicote pronto para castigar o desobediente e exigir obediencia cega e irrestrita.

Me lembro que há alguns anos atrás, quando alguem se desviava da igreja e logo depois eu ouvia que essa pessoa começara a passar por dificuldades, sempre ligava os seus problemas, com o seu afastamento e consequentemente com ira de Deus derramada sobre ela. Até mesmo quando eu pecava, ficava me perguntando o que Deus prepararia para me castigar, se perderia o emprego, se minha ulcera voltaria essas coisas.

O fato é que não é bem assim que as coisas funcionam, Deus não precisa necessariamente de pessoas perfeitas para que Ele possa amá-las. Não é a minha dedicação total ou a falta dela, meu afastamento do pecado, ou pratica deles que fazem Deus se afastar de mim e mandar uma chuva de maldições sobre minha vida.. Nós ligamos nossos percalços ao longo da vida à ação de Deus tentando nos corrigir, quando na verdade eles fazem parte dela, muitos frutos da nossa escolha. Deus não usaria de metodos tão mal para obter nosso amor, é o mesmo que reinvidicar a amizade de alguem apontando uma arma na sua cabeça, você pode até conseguir que a pessoa faça tudo que pedir, mas dificilmente conseguirá o amor dela.

Não passa pela nossa cabeça que Deus nos quer bem somente quando estamos de "consciência tranquila", e nos fará mal quando estamos com ela achatada pela culpa. É preciso saber que Deus nos ama acima de nossa capacidade de agradá-Lo, seu amor transcende os limites de nossa compreensão e não esta condicionado ao nosso comportamento. Isso é libertador, uma vez que ninguem pode dizer que obedece a Deus 100%, e aqueles que têm consciencia da sua fragilidade e dependência podem tirar de si o peso de tentarem se fazer merecedores da propria salvação e do amor de Deus.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus. (Efésios 2.8)

Por: Bishop

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